Mesmo com isenção parcial do IPI em carros populares, carga tributária brasileira continua entre as maiores do mundo no setor automotivo
A carga tributária sobre automóveis no Brasil é uma das mais elevadas do mundo. De acordo com levantamento publicado pelo portal UOL, até metade do valor pago por um carro zero pode corresponder a impostos como IPI, ICMS, PIS/Cofins, IPVA e taxas de licenciamento.
Nos casos de veículos importados, o peso é ainda maior: a alíquota do Imposto de Importação pode ultrapassar os 35%, o que eleva significativamente o preço final para o consumidor.
Isenção temporária escancara peso dos tributos
A recente medida do governo federal que isenta o IPI para veículos compactos e menos poluentes, válida até o final de 2026, já começa a gerar reflexos no mercado com descontos expressivos em carros populares. No entanto, a isenção pontual reforça o debate sobre o custo Brasil e como o sistema tributário afeta diretamente o consumidor.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), os tributos representam entre 45% e 50% do valor total de um carro novo. “Ao comprar um carro zero no Brasil, o consumidor não leva apenas um veículo para casa. Ele se torna, na prática, sócio do governo”, diz o texto do UOL.
Comparação internacional
Em países desenvolvidos, a carga tributária sobre veículos costuma ser bem menor. Enquanto no Brasil os tributos podem consumir metade do valor do carro, em nações como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o peso dos impostos é substancialmente mais leve, o que favorece preços mais acessíveis ao consumidor final.
A medida do governo federal pode aliviar momentaneamente o bolso de quem busca um carro mais barato, mas o problema estrutural da tributação no país ainda está longe de ser resolvido.