Esquema envolvia empresas de fachada no setor atacadista de alimentos e contou com apoio de profissionais da contabilidade para fraudes fiscais e societárias
O Ministério Público de Alagoas (MPAL) revelou que a organização criminosa alvo da Operação Ceres provocou um rombo superior a R$ 16 milhões aos cofres públicos estaduais. O montante corresponde a dívidas administrativas e impostos sonegados por empresas de fachada utilizadas em um complexo esquema de fraudes fiscais e societárias.
Segundo as investigações, os negócios fraudulentos atuavam principalmente no comércio atacadista de alimentos, com destaque para a venda de farinha de trigo. As empresas eram registradas em nome de “laranjas”, pessoas sem capacidade financeira compatível com os valores movimentados, o que ajudava a encobrir a real estrutura do grupo.
O MPAL informou ainda que o esquema contava com o suporte de profissionais da área contábil, responsáveis por montar a estrutura empresarial irregular e forjar documentos para manter o funcionamento das empresas ilegais. Além do prejuízo estimado em R$ 16 milhões, as investigações identificaram inscrições em dívida ativa que somam R$ 3,4 milhões ligadas às empresas envolvidas.
A Operação Ceres foi deflagrada em Maceió e Arapiraca, onde equipes cumpriram 13 mandados de busca e apreensão. A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), com apoio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), das Polícias Civil e Militar, e da Polícia Científica.
O nome da operação, “Ceres”, faz referência à deusa romana da agricultura, símbolo da fertilidade e das colheitas — uma alusão direta ao trigo, principal produto comercializado pelas empresas sob investigação.